terça-feira, 24 de junho de 2008

Amigos Virtuais

Interessante o poder da Internet em unir pessoas com objetivos comuns. Até pouco tempo eu era bem cético em relação a amizades virtuais. Sempre participei de listas, no começo por causa do meu trabalho e depois fui encontrando listas de discussão de um determinado assunto que me interessava e fui entrando em várias delas. Com o tempo algumas foram abandonadas e outras visito até hoje, acabei até virando moderador de uma lista enorme sobre LPI (uma certificação para Linux), mas sou um moderador absurdamente omisso e tem tanto tempo que não visito esta lista que nem sei se ela ainda existe.

Já ajudei e fui ajudado por muitas pessoas que nunca vi pessoalmente e devo dizer que algumas destas pessoas acabaram até por virar amigos mesmo. Isso é impressionante, ser amigo de alguém que na verdade não é nem conhecido. Devemos levar em conta que na Internet todos de uma forma ou de outra são anônimos. Afinal como saber se a pessoa com a qual você está conversando há algumas horas é realmente quem ela diz ser? Você acaba virando amigo de um avatar, alguém que até te ajuda é prestativo, mas que é um desconhecido.

O mais engraçado disso é que na verdade não faz diferença, conhecer virtualmente acaba sendo uma troca, pois ambos os lados sabem, mesmo que subconscientemente, o quão desconhecido é um do outro, por ser uma troca ambas as partes aceitam o desconhecimento e esse desconhecimento acaba por ser o que menos importa.

Claro que nem sempre é assim. Já tive a oportunidade de encontrar alguns destes amigos virtuais e entendam que, por serem virtuais não quer dizer que sejam menos amigos, apenas o meio foi diferente, mas isso como eu disse é o que menos importa. Pois bem, recentemente encontrei um amigo de um fórum sobre aeromodelismo - isso mesmo, minha grande paixão são essas máquinas voadoras. Tudo começou quando perguntei sobre vôo de planador, pois eu queria saber onde voar e quanto seria. Este amigo simplesmente ofereceu um vôo de ultraleve e nem quis saber de rachar combustível nem nada, fez apenas por fazer. Fez algo para alguém conhecido apenas do fórum, no caso eu e o fez apenas por boa vontade.

Por essas e por outras às vezes ainda acho que a humanidade pode ter salvação. Fiz um vôo maravilhoso, conheci pessoas educadas e de boa vontade e ainda conheci o aeroclube de Maricá. Tudo de uma vez só.

Só me resta agradecer ao “Paulão” que tornou esse vôo possível. Muito obrigado pelo vôo.





segunda-feira, 9 de junho de 2008

Posso ficar em casa?

Esse negócio de viver entre eras às vezes é muito chato. Todos falam em revolução, em meios de comunicação mais rápidos, etc. Por que eu ainda tenho que enfrentar um trânsito cada vez mais caótico, perder em média três horas do meu dia em deslocamento se eu poderia ficar em casa?

Trabalho em uma empresa muito grande (grande mesmo!) além da sede da empresa, um prédio enorme, ela tem vários outros prédios alugados apenas para enfurnar em baias pessoas como eu. Pessoas que tem que enfrentar trânsito, deslocamento incômodo todos os dias e que já chegam em seus trabalhos estressadas. A empresa tem que manter uma infra-estrutura cara, complexa, dispendiosa e ainda me faz sair de casa! Onde eu tenho um computador vinte vezes melhor que o do meu trabalho e onde eu ficaria confortável e conseqüentemente produziria mais.

Será que essas criaturas que mandam na minha vida não percebem que se eu ficar feliz vou fazer mais coisas em menos tempo? Que se eu estiver em casa, o que eu faria em três horas passo a fazer em uma.

Já tive a oportunidade de trabalhar em casa e com toda certeza minha produtividade mais que dobra. Fico com tempo livre, não ocupo e nem gasto recursos da empresa em que trabalho. Bom para todas as partes. Estamos em 2008! Qual a dificuldade em usar a tecnologia que temos a nossa disposição? Hoje nesta segunda-feira de sol lindo, fui obrigado a usar uma roupa quente que é basicamente uma fantasia para que eu esteja condizente com o ambiente de trabalho. Não poderia eu ter ido a praia? E depois lá pelas seis eu trabalhava até umas dez, com certeza eu teria feito mais do que estando aqui, neste cubículo em que não posso nem abrir uma janela.

Sou fã incondicional de Domenico Di Mazi e ainda lembro, por volta de 98 era moda ler os livros dele, como hoje é moda ler aquelas porcarias do Dom Brown. O que será que aconteceu? Acho que esse pessoal lê só por que é moda e depois esquece tudo, serve só para, naquele momento ter o que falar na hora do almoço e não parecer burro.

E eu acabo tendo que sair de casa, pegar trânsito, me atrasar e ficar estressado! Que coisa mais idiota! Deixe-me ficar em casa! Vou trabalhar muito mais, com alegria até.

O que me deixa ainda mais triste é ver Os Jetsons, eles estão mil anos no futuro (ou algo assim) e George ainda sai de casa para trabalhar!